terça-feira, 23 de março de 2010

Música
Manifestação da Cultura Universal
Para os antigos, a música significava a harmonia do universo. Nos seus primórdios, era uma forma de magia, levando o ouvinte a uma concentração semelhante ao transe. Cedo se tornou visível que a música possuía grande poder, podendo ser utilizada como meio de propaganda para estimular uma tribo, dando-lhe coragem para a guerra, e não simplesmente venerada como auxiliar mágico de rituais sagrados.
Como todas as artes, a música é patrimônio comum da humanidade. A arte de coordenar sons para produzir efeitos estéticos, sempre foi usada pelo ser humano para manifestar sua cultura, expressar seus sentimentos e sua religiosidade. Desde as civilizações mais remotas, que a música aparece como uma expressão do misticismo e da alegria, da representação artística da cultura popular.
Os sumérios, povo da Baixa Mesopotâmia, na Ásia, utilizavam a música em rituais sagrados , incluindo funerais, triunfos militares e banquetes. Atingindo todas as camadas sociais, o fenômeno da música se modificou através dos anos, pela influência dos países ditos dominadores. Quando um país invadia o outro, sua primeira preocupação era a aculturação de seus costumes no seio do povo dominado, ou seja, matando a cultura, matava-se também a identidade popular. Porém, o que realmente acontecia era uma miscigenação de costumes e crenças que por sua vez davam origem a uma cultura diferente, própria e autêntica. Assim, portanto, também a música sofreu essa mutação de várias culturas, assimilando gostos e costumes.
Foi a propagação da religião cristã, partindo de um culto local da Judéia e transformada na fé aceita em todo o mundo ocidental, que provocou o desenvolvimento da música européia. Talvez tenha sido esse fator que determinou a diferença marcante entre a música ocidental e oriental. Ao contrário de outros tipos de arte, como o teatro e a literatura, a música oriental até algumas décadas atrás, embora admirada no Ocidente como objeto de estudo, dificilmente poderia proporcionar um prazer estético. E essa incompreensão parecia recíproca, pois salvo alguma exceção, o Oriente também não aceitava a música do Ocidente. Com o advento da tecnologia, houve uma interação nos meios musicais aproximando os dois hemisférios, dando a oportunidade de conhecimento e consequentemente de apreciação de ambos os gostos musicais. Essa afirmação nos leva a concluir sobre a importância e o valor da música como símbolo da identidade de um povo e agente de interação e comunicação.

( Texto extraído da Revista Violão Popular- Cordas & Cores. Edição Janeiro/98)

Nenhum comentário:

Postar um comentário